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Agosto de 2008
Embora já não estivesse no inverno, para
mim que estava vindo da linha do Equador ao entardecer ficava muito frio, ao
desembarcar o máximo que consegui foi ir para o hotel, sair rapidamente para
jantar e retornar para o aquecimento, e no dia seguinte a primeira
providência foi comprar casacos, meias, botas, pois meu guarda roupa
basicamente era de bermuda, biquini, sandália e camisetas, afinal, até a
roupa de tempo que ocupa um bom espaço eu havia passado nos cobres.
Foi uma semana e tanto, todos os dias levantava e saia para conhecer uma
parte da cidade, uma cozinha muito rica com deliciosos pratos de frutos do
mar, me esbaldei, adoro comer bem.
Fui a Isla Negra, praia onde tem a casa de Pablo Neruda que por azar era
segunda-feira e estava fechada para visitação, um dia inteiro pelo Morro de
San Cristobal, zoológico e como não podia deixar de conhecer, fui ao Vale
Nevado onde tirar a mão do bolso para fotografar ficava difícil, doía nos
ossos.
Finalmente antes de realmente voltar para casa fiz umas comprinhas para
garantir o Natal.
Foi muito gratificante essa temporada pelos mares do mundo. À minha capitã
Marisa, agradeço de coração, aos outros velejadores com quem fiz algumas
pernas também, para quem nada sabia sobre velejar em 2005 posso dizer que
hoje já sei bastante, mas ainda falta muito a aprender, ser tripulante em
barcos de amigos não é a mesma responsabilidade de sair com seu próprio
barco, mas um dia chego lá.
Por todos os veleiros por que passei de 12/2006 a 08/2008, fiz de tudo:
compras, preparo das refeições, turnos, limpeza no casco, algumas vezes
tinha até dó de tirar uma espécie de plumagem que aparecia de tão linda que
era. Na grande perna de Galápagos às Marquesas ao final de cada turno
plotávamos na carta a posição, na realidade a nossa carta de percurso era
geral e fizemos um gráfico com as coordenadas em papel de desenho para que
os epoints fossem marcados de uma forma que ficasse confortável as
anotações.
O gostoso disso tudo é que tive diversos professores em diferentes tipos de
barcos, e cada uma dessas pessoas contribuiu com seu conhecimento de uma
forma especial.
O duro é acostumar a viver em terra, estou me sentindo um peixe fora d'água
e morrendo de vontade de estar no mar novamente.
Cristina Berringer
Se quiser ver mais
fotos dessa viagem visite
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