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Finalmente cheguei em terra, após
11 dias da saída de Balboa / Panamá, chegamos a terra, e infelizmente não é
Galápagos.
De Balboa fomos as Ilhas Perlas, por via das dúvidas compramos mais diesel,
já que os ventos indicavam que não conseguiríamos velejar e sim 'motorar'.
Saímos de lá no dia 13/05/2008, rumo a Galápagos, a motor, poucas vezes
conseguimos colocar as vela em cima, íamos completando o tanque de
diesel toda vez que o mar e vento nos permitiam, pois garantir tanque cheio
é importante, acho que o diesel que compramos nas Ilhas Perlas estava
com água, nosso motor parou simplesmente de funcionar sem prévio aviso,
purgamos os filtros várias vezes, e sempre aparecia mais água,
enquanto isso o barco derivava para a costa, uma loucura, fazíamos a limpeza
dos filtros a cada 4 horas, teve vez de fazer em meia hora depois de voltar
a funcionar o motor, já estávamos pensando que não conseguiríamos, quando o
vento nos permitia, levantávamos as velas e fazíamos o nosso caminho em
bordos, muitas vezes voltando ao ponto de partida, ou seja não existia
rendimento para avançar, estávamos mais indo para traz nas velas, portanto
resolvemos que iríamos para o Ecuador para consertar um dos filtros (temos
dois, mas só um conseguimos fazer funcionar) e nosso enrolador de genoa
também começou a não enrolar por inteiro, por causa disso passamos a usar a
trinqueta.
21/5/2008
Quando atravessamos a linha do equador nosso maior drama aconteceu,
começamos a encontrar muitas lanchas pequenas de pescadores a 45 milhas da
costa , eram 2h20 da madrugada, fomos perseguidas ( agora sabemos que
é um local de pirataria), pisamos fundo no motor e graças a DEUS ele
não nos falhou, foram mais ou menos 30 minutos de motor em 2000 rpm de cara
para as ondas, apagamos as luzes de navegação, a noite estava muito escura
embora fosse lua cheia, estava chuviscando e as nuvens estavam bem escuras,
ficamos invisíveis, aumentamos bem a distância e eles desistiram, mais uma
vez GRAÇAS A DEUS. Quando eles se aproximaram Marisa estava de frente para
eles e não gostou do que viu, eu estava no leme e motor. (para os íntimos, a
primeira coisa que lembrei foi de chamar pelo Dr. Gold), turbulências...
Continuamos com as luzes apagadas e com todos os sentidos ligados, sempre
encontrando esses pescadores, uma ou duas horas depois um destes barquinhos,
acho que por não nos ver veio em nossa direção, fizemos 180graus e eles
passaram, realmente nem devem ter nos vistos, voltamos ao rumo novamente,
mas a adrenalina...
Nosso turno foi direto, ninguém consegue dormir ou relaxar numa hora destas,
chegamos a Bahia de Manta no Ecuador às 16h30, sem carta detalhada, fomos
muito bem recebidas pelos pescadores locais, nos orientando e ajudando a
encontrar o Yatch Club de Manta, nos prendermos a bóia.
Dormimos como anjos após um banho de água doce, hoje saímos para internet e
começar a providenciar todos os consertos necessários.
É isso moçada, embora o susto tenha sido grande, tudo já passou, é
impressionante em nenhum momento sentimos apreensão em relação ao mar forte,
ventos, a natureza em si, mas quando se encontra o bicho homem pelo caminho
a coisa se altera.
Beijos
Cristina Berringer
Para ver os barcos que naveguei, os portos, ilhas
e paraísos por onde passei, visite
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