Quando o vento "ronda" se afastando
da proa do barco, as velas ficam caçadas demais o que, geralmente, aumenta o
ângulo de inclinação. Esta situação é mais difícil de ser diagnosticada
do que a "rondada" na direção da proa. A melhor forma de estar
preparado é manter a observação cuidadosa da biruta. Você pode corrigir essa
rondada folgando as velas ou orçando e assumindo um novo rumo. Se você não
esta certo se ocorreu uma "rondada" de vento se afastando da proa,
folgue as velas assim mesmo. Se elas panejarem logo que você folgar é porque
não havia ocorrido a "rondada". Volte então a caçá-las. Este tipo
de "rondada" de vento é bom quando você esta orçando em direção a
um destino pois permite que você possa adotar um rumo mais direto.
Ajustando a Área Vélica as Condições de
Vento
Quando estamos velejando há
uma contínua interação entre as velas e o vento. Essa interação é que
produz a força que movimenta o barco. A velocidade, performance e controle são
muito influenciados pela quantidade de vela exposta ao vento, que chamamos Área
Vélica. Quando o vento esta forte, o barco necessita de uma área vélica
menor.
Em condições diferentes de vento, a área da vela grande é
reduzida através de uma técnica chamada de rizo. A área da genoa, geralmente,
é ajustada pela troca por uma genoa menor ou pelo enrolamento de parte desta
usando o dispositivo enrolador instalado no estai de proa. Um barco com muita
área vélica exposta ao vento se tornará instável e muito difícil de
controlar, além de sofrer uma inclinação excessiva (adernamento). A
inclinação excessiva faz com que uma área maior do casco fique submersa,
aumentando o arrasto e reduzindo a velocidade do barco. A medida que a
inclinação aumenta, uma área menor da quilha atua na prevenção do movimento
lateral, o que provoca a deriva do barco, afetando também a performance no
contravento.
O excesso de vela pode também forçar o barco a ficar fora do rumo. O timoneiro
terá que compensar o leme, girando-o para um dos lados, o que funcionará como
um freio, diminuindo a velocidade do barco e afetando o seu controle. Um barco
com muita vela para um determinado vento vai se mover mais devagar, deixará a
tripulação mais desconfortável pela excessiva inclinação e forçará mais
os vários dispositivos envolvidos. Quando a vela é reduzida, o excesso de
pressão do vento é aliviado, o barco velejará mais docilmente e rapidamente.
Usar uma área vélica reduzida adequada a intensidade do vento é um sinal de
sabedoria e esperteza.
Reduzindo a Genoa - A área da vela de proa
é, geralmente, reduzida pela troca por outra genoa menor ou pelo enrolamento de
parte da genoa no estai de proa. Com essa redução, os carrinhos de genoa devem
ser re-posicionados mais a frente. Os barcos de regata normalmente possuem um
perfil instalado em torno do estai de proa, com duas calhas, que permite a troca
rápida da vela. Como regra geral use o descrito na tabela abaixo:
TABELA SIMPLIFICADA PARA
SELEÇÃO DA VELA DE PROA |
Vento Fraco |
0 -10 Nós |
110% - 150%
|
Genoa 1 |
Vento Moderado |
11 - 25 Nós |
90% - 110%
|
Genoa 3 |
Vento Forte |
25 Nós ou mais |
60%- 90%
|
Storm Jib |
Seguem os passos para efetuar a troca
da vela de proa:
-
Solte a adriça da genoa e abaixe a vela.
Certifique-se que a vela não caia dentro d'água nessa operação
-
Desconecte a adriça do tope da genoa.
Prenda a ponta dessa adriça em um lugar seguro
-
Guarde a vela que você abaixou dentro do
barco
-
Entralhe a nova vela no estai de proa
-
Passe as escotas pelo lugar apropriado
re-posicionando os carrinhos de genoa, se for o caso
-
Conecte a adriça ao tope da vela
-
Suba a nova genoa
Reduzindo a Vela Grande
A área da vela grande é reduzida pelo uso da
técnica de rizar. Esta operação é muito mais fácil do que trocar a vela. O
rizo é executado abaixando-se a vela grande, estabelecendo-se um novo ponto na
testa da vela como punho da amura e um novo ponto na valuma como punho da escota
e subindo-se novamente a vela com a área agora reduzida. O novo punho da amura
é preso ao garlindéu usando-se um cabo (Reefing DownHaul) ou a um gancho
próprio para essa operação e que fica permanentemente preso ao garlindéu. O
novo punho da escota é preso a ponta da retranca usando um cabo (Reefing
OutHaul) que deve ficar permanentemente passado pelo olhal próprio para essa
operação.