NOSSA HISTÓRIA
Trago aqui esta parte de quem sou
O resto, atrasou-se no caminho...
José Saramago
A minha paixão pelo mar começou há muito
tempo, na baía de Sepetiba no Rio de Janeiro, onde ainda criança passava
as férias com meus pais e avós. As canoas a vela dos pescadores, a visão
da restinga da marambaia (que eu pensava ser a costa "do outro lado do
oceano") e, em alguns dias de excepcional visibilidade, de uma inatingível
ilha ao longe, que um pescador me disse se chamar Ilha Grande, compunham o
meu universo de curioso observador náutico.
Logo que comecei a trabalhar aos 18 anos,
comprei meu primeiro barco a vela. Comecei com um Snipe de madeira, depois
um pequeno barco cabinado de 16 pés (Tahiti 16), um Rio 20', um Brasília
27', depois um barco antigo de madeira de 29' e finalmente o Yahgan, um
Cabo Horn 35'. O Yahgan foi feito de forma amadora entre 1988 e 1992, a
partir de um projeto do Roberto "Cabinho" Mesquita de Barros, junto com o
indestrutível grupo "Ajuricaba" que construiu 6 Samoas 29' e 2 Cabo Horn 35'
no clube São Cristóvão no Rio de Janeiro.
A página Veleiro.net nasceu em 1997 como um
exercício para o aprendizado da linguagem da internet. Aos poucos fui
usando-a para colocar os links e outras facilidades que me ajudavam quando
estava em viagem e com acesso precário a internet. A divulgação da sua
utilidade foi feita entre os amigos velejadores nas intermináveis
conversas de cockpit. Depois vieram as páginas específicas de outros
navegadores e os classificados gratuitos. Em todo o conteúdo a principal
marca é a descontração, o bom humor, a falta de compromisso e a qualidade
e relevância da informação, sempre com responsabilidade. Para isso, e por
isso, mantenho o site sem fins comerciais e sem propaganda paga.
Na comunidade náutica, particularmente
entre os velejadores, sempre observei um enorme interesse nos relatos de
viagens. Os poucos livros em português eram comentados como grandes
clássicos da literatura. A minha avidez de leitor, parecida com a dos
demais, era de aprender com os mais experientes e navegar para lugares
distantes, mesmo que no dia seguinte tivesse que enfrentar 10 horas de
trabalho numa indústria petroquímica. Por isso abri um espaço considerável
do site para esta finalidade. Veleiro MaraCatu de Hélio e Mara, veleiro
Aquarela da Christina, Capitão Marcos Tadeu, veleiro Beethoven da família
Vicente, veleiro Polinésio de Tarcisio, Dandô e Pedro e por último o
veleiro Rapunzel de Marçal e Eneida Ceccon compõem atualmente a marina
virtual da Veleiro.net com seus relatos e fotos. Como administrador do
site, muitas vezes tenho o privilégio de ser o primeiro leitor dessas
histórias o que, sem dúvida, já valeria o pouco trabalho que dedico a
manutenção da página. Procuro ainda destacar o que é interessante e
inusitado no meio náutico, obviamente sem querer competir com nenhuma
agência de notícias, e divulgar o que de melhor (e pior) a internet
oferece como ferramenta para o navegante.
A página não tem nenhuma pretensão
comercial e está aberta a todos os navegadores que queiram colaborar de
alguma forma com a cultura náutica. Como numa confraria de velhos amigos
e, ao contrário da maioria dos veículos de informação, o conteúdo da
página que não está diretamente sob minha responsabilidade, expressa,
invariavelmente, a minha opinião.
João Carlos
A bordo do veleiro Yahgan
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