A travessia Camamu >> Sto André de 160 milhas foi realizada com ventos de popa "violentos" de 12 nós, ondas de 20 metros, digo, centímetros, sol e céu estrelado. As refeições foram feitas na mesa do cockpit na sombra de um pequeno toldo. Praticamente não cruzamos com nenhuma embarcação (pelo menos eu não vi !). O Yahgan fez inicialmente uma média de quase 7 nós e tivemos que diminuir muito as velas para chegar ao amanhecer em Sto André. Na barra, com auxílio do prático Carlindo, entramos tranquilamente na maré baixa, raspando no fundo de areia. Ancoramos sem hesitar com duas âncoras (uma pela popa outra pela proa) no sentido da correnteza do canal.
Bem, é certo que esta descrição de viagem não venderia nenhum livro nem renderia artigos em revistas especializadas. Os leitores gostam de aventuras, relatos heróicos acompanhados de muito sofrimento. Não foi o caso, e dificilmente será. Estou cada vez mais convencido de que não precisamos dessas experiências trágicas em nosso curriculum náutico para nos tornarmos melhores marinheiros.
Valeu João, gostei muito do texto. Tinha acabado de fazer um artigo sobre o assunto para minha coluna na tribuna do Norte, quando entrei no veleiro.net para fazer minhas navegadas obrigatorias pelos sites do maracatu, Blog veleiro.net, pintando o Setti e outros amigos e me deparei com o texto Cadê a aventura. Muito bom.
Nelson, grato pelo elogio. Vamos difundir os verdadeiros relatos de travessias bem planejadas dos cruzeiristas e todo o prazer que elas nos proporcionam. Chega de sofrimento. Um grande abraço.