Amigos, a segunda feira chuvosa afugentou um pouco os visitantes do pier dos cruzeiristas. O catamaran Beduina continua a ser um dos barcos mais visitados e o casal Hugo Luiz e Gislayne atende a todos com muita simpatia e entusiasmo. A turma do pier aproveitou a folga para fazer o que mais gosta: longas conversas absolutamente inúteis nos cockpits, farto consumo de cerveja e até um organizadíssimo churrasco depois que o Salão encerrou a visitação.
A conversa de segunda foi com o casal Christian e Fernanda do veleiro Bacanas, que retornou no ano passado de uma volta ao mundo em 6 anos.
- Christian começa: “velejo desde criança pois meus pais tiveram vários veleiros oceânicos. Em 1998 fizemos uma viagem pelo litoral até Fernando de Noronha no nosso primeiro barco, um Brasília 32. Voltamos decididos a comprar um barco maior e velejar para mais longe. Assim nasceu o Bacanas, um Spring 36 construido sob nossa supervisão, com ênfase na parte estrutural”
- Fernanda continua: “A nova viagem começou em 1999. Tivemos que vencer a resistência inicial das nossas famílias que achavam muito perigoso o que estávamos pretendendo fazer. Tive que trancar a matrícula no curso de Oceanografia e estabeleci um prazo de dois anos para voltar e poder re-assumir a minha vaga na Universidade Estadual. Nosso plano era sair do Brasil mas não tínhamos ainda decidido dar uma volta ao mundo. Fomos decidindo os destinos aos poucos mas sempre respeitando as épocas certas para fazer as travessias”
- Christian complementa: “passamos rapidamente pela costa brasileira e fomos para o Caribe. De lá tomamos a decisão de seguir para o oceano Pacífico. Atravessamos o canal do Panamá, perambulamos um pouco pela costa oeste da América do Sul, Polinésia, Nova Zelândia, Austrália, cruzamos o oceano Indico na direção da Africa do Sul e voltamos ao Brasil com uma rápida passagem por Sta Helena. O local da chegada escolhido foi a baía de Camamu ao sul de Salvador, um lugar que consideramos um dos mais bonitos da nossa costa”
- Fernanda adiciona: “gostei particularmente da Polinésia e escolhi a Ilha de Bora Bora como a mais bonita. Quando estávamos indo embora fiquei me perguntando como eu podia estar deixando um lugar tão lindo. A costa da Austrália onde navegamos ao longo da barreira de corais também é um lugar muito lindo”
- Christian acrescenta: “tivemos uma viagem muito tranquila com poucas quebras. O barco se comportou muito bem”
- Fernanda destaca: “navegávamos em dupla mas sempre tive a preocupação de aprender a executar as tarefas de manuseio do barco para o caso de alguma emergência com o Christian, principalmente depois que soubemos de um acontecimento trágico onde um senhor faleceu durante uma travessia e sua companheira passou apuros para conduzir o barco a um porto seguro”
- Christian finaliza: “pretendemos continuar a viajar de veleiro. A nossa experiência foi muito …… Bacana(s)”
O casal fará uma palestra sobre a viagem no Rio Boat Show no dia 10 de maio às 19:00
João Carlos
Fotos: Hélio Viana
Esse ai é o meu arquival no Optimist. Como vai Print?
abraços,
Blu
Não estou encontrando o estaleiro que fabrica veleiros Spring 36. Será que podem nos ajudar? Onde construiram o Bacanas? Um abraço e, desde já, origada!