Entramos em Portugal pelo porto de Vila Real de Santo Antonio, no rio Guadiana, onde depois de todas a formalidades de entrada feitas, seguimos rio acima e ancoramos em frente as pequenas cidades de Alcoutim ( Portugal) e Sanlúcar do Guadiana ( Espanha). O rio Guadiana faz divisa entre Portugal e Espanha.

A região de Algarves é bela e ainda com muitas opções de portos com ancoragens naturais e seguras.

Na sensação de que a travessia de contra-vento está feita nos deixa um pouco mais relaxados e respirando agora os alísios do Atlântico que nos levarão de volta ao Brasil completando a última etapa desta nossa jornada.

Nossa passagem pelo Mar Mediterrâneo foi um tanto rápida, procuramos sempre tirar vantagens das janelas de bom tempo.

Da Turquia fomos para a Grécia com escalas nas Ilhas de Rhodos e Patmos, na cidade de Atenas, Corintos Canal e Ilha de Zante de onde partimos para cruzar o Mar Jônico seguindo em direção ao estreito de Messina, que separa Sicília do continente italiano. O estreito de Messina, lugar de fortes correntes e rodamoinhos que se fizeram criar muitas histórias e lendas, também descritos pelos antigos navegadores. A imponente visão do vulcão no monte Etna com 3330 metros .

O mau tempo nos segura por nove dias no Sul de Sardenha no Porto de Cagliari. Aproveitamos então para conhecer um pouco do lugar com longas e boas caminhadas através da cidade antiga de Cagliari.

Ilhas Baleares: Menorca, Mallorca, Ibiza e Formentera, nos dão muitas opções de ancoragens seguras até mesmo em condições de tormentas. O número de embarcações nesta região é muito grande, principalmente no verão, considerada também a Meca da Europa. No continente espanhol fizemos escalas em Cartagena. A Espanha trabalha duro nas restaurações procurando manter a arquitetura original de suas edificações e tradições cultural. Trabalho este que torna a Espanha um dos países da Europa atualmente mais visitados. Na região da Andalucía, pode-se encontrar uma Marina ou ‘Puerto deportivo’ a cada dez ou quinze milhas com ótima infra-estrutura para receber os visitantes.

Chegamos em Gibraltar com o vento de Levante, ou seja o vento Leste conhecido aqui por esta denominação, ‘uivando’ em nossos estais.

Há uma boa distância já podíamos avistar o Farol, e a medida que íamos nos aproximando sentimos cada vez mais as fortes correntes do estreito, e o vento agora modificado pela grande montanha rochosa descia afunilando em fortes rajadas pela proa. Baixar panos, jornal aderna, o ‘uivo do lobo’ fica cada vez mais forte. O tope da montanha some com uma massa úmida e fria, que a sotavento a temperatura baixa drasticamente.

Estávamos felizes não somente por estarmos chegando a mais um novo porto mais principalmente porque estávamos chegando as portas do Atlântico, nosso ’jardim’.

A posição estratégica do porto de Gibraltar permite o reencontro dos navegadores, sempre num clima de boa amizade num interesse comum de ajuda e troca de informações.

O estreito de Gibraltar influência as correntes no golfo de Cadiz, nosso próximo objetivo. Aguardamos então, a maré favorável e ventos calmos para partirmos para Portugal.

Fizemos escalas no Cabo Trafalgar (Porto de Barbate), Cadiz (Porto de Rota), Rio Guadalquivir que dá acesso a Sevilha (Porto de Chipiona), Rio Guadiana (Porto Vila Real de Santo Antonio).