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Perguntas Mais Que Freqüentes Sobre a Vida a Bordo

 

Quanto à rotina no barco? Como são divididos as tarefas e os turnos?

 

         A rotina é não ter rotina.

 

Eu acordo sempre com o sol e procuro alguma atividade silenciosa para não acordar Hélio, que gosta de dormir até mais tarde. O café da manhã é sempre a bordo. Quando estamos em lugares onde encontramos restaurantes com comida boa e barata, o que é muito comum no nordeste do Brasil, almoçamos fora.

 

Depois do pôr-do-sol sempre tem happy hour, no MaraCatu, em algum barco vizinho ou ainda em algum local agradável por perto. Quase todos os dias fazemos novos amigos, já que os vizinhos são móveis, com o coração aberto e tempo para novas amizades. Isso sem falar que também mudamos sempre de lugar e um dos nossos objetivos é conhecer pessoas e hábitos locais.

 

Os banhos de mar, passeios e caminhadas são constantes. O resto do tempo é usado para trabalhos domésticos e pequenas manutenções no barco. A internet, leitura, escrever para a página do MaraCatu, responder os vários e-mails, produzir algumas matérias para revistas, levantar e registrar informações e imagens para nosso acervo também fazem parte do nosso dia a dia.

 

Quando navegando,  a rotina está descrita na pergunta Como fazer para passar o tempo em longas travessias?, quanto aos turnos veja Nas travessias como voces fazem para dormir?, ambas em Sobre Navegação. Quanto à divisão de tarefas veja em Quem é o capitão? em Sobre Generalidades

 

Como fazer com a escassez de água?

 

A regra básica é economizar. Agora (em 2001) o Brasil passa por uma crise de energia já que o grosso da geração é hidrelétrica. Em um futuro próximo, se São Pedro não ajudar, vamos passar por uma crise de água tratada também. Vamos lançar uma campanha: Instale uma bomba de pé na pia da cozinha, ou melhor ainda, tome banho com a(o) companheira(o).

 

Como ficamos a maior parte do tempo ancorados, pegamos água nas marinas, em  rios, na casa das pessoas que conhecemos ou coletamos da chuva. Nos 40 dias que ficamos na baia de Camamu, como choveu um pouco quase todos os dias, o sistema de captação de água no toldo que cobre a maior parte do convés supriu, com sobra, nossas necessidades e a de um barco ancorado próximo.

 

O MaraCatu tem dois tanques de 90 litros cada, um deles atende exclusivamente a cozinha e agüenta, sem aplicar a economia de guerra, até duas semanas sem reabastecer. Sempre carregamos 40 litros em botijões amarrados pelo convés para complementar os tanques principais, além de 20 litros de água mineral.

 

Se o barco tiver capacidade de gerar eletricidade, e você puder cobrir os custos, pode-se instalar um dessalinizador (uma máquina de fazer água potável a partir da do mar).

 

           De uma forma geral convivemos bem com esse “problema” e nunca ficamos sem água doce a bordo. Podemos comparar com a ameaça do “apagão”, quando algumas pessoas perceberam que, de uma certa forma, desperdiçavam energia. Com a água é a mesma coisa.

 

Como manter os alimentos perecíveis?

 

           A maneira mais prática é instalar uma geladeira. A nossa funciona em 12 Volts, com as baterias do barco, ou em 110 Volts, quando estamos plugados em marinas. Para ter geladeira a bordo é necessário ter uma forma de gerar eletricidade, pois o consumo é alto (quase 4 Ampères/hora quando o compressor está funcionando).

 

           Sem geladeira existem várias técnicas, algumas até bem antigas pois eram usadas pelos nossos avós, que também não tinham geladeira e viviam sem problemas. A gente vai aprendendo aos poucos com outros barcos e são muitos que viajam sem geladeira. Na verdade é mais uma questão de hábito e conforto.

 

Como é a alimentação a bordo?

 

           Normal, como numa casa. Temos geladeira, fogão com forno, um bom espaço para guardar os mantimentos e o mar que é rico em fornecer alimento fresco. A única diferença é que nem sempre temos um mercado ou uma padaria por perto. Para as travessias fazemos um bom abastecimento antes da partida, sempre prevendo o dobro do tempo estimado.

 

 

Como é o banho diário?

             Quando estamos navegando e temos realmente que economizar água, o banho é com água salgada usando sabonete liquido, xampu e creme de cabelo. No final, quando o racionamento não é total, um litro de água doce pulverizado pelo corpo todo. Se usar só água salgada, o segredo é se enxugar imediatamente após o banho, passar um hidratante (para quem gosta) e trocar de roupa.

             Se estamos fundeados em lugar de água limpa e que não tem banho em terra, também usamos a água do mar. Se ela não é limpa, usamos só a água de bordo. Cinco litros são suficientes para os dois.

              Mas na maior parte do tempo encontramos um banho em terra. Tem sempre um riacho, cachoeira, o chuveiro de uma marina ou de um amigo.

 

Como fazem com a roupa suja?

 

           A gente lava, ora :-)

           Agora falando sério... Usamos as seguintes opções, dependendo da situação:

- Se estamos num píer, em uma marina, com água corrente e sem nenhuma máquina de lavar roupa por perto, Mara deixa de molho de um dia para o outro e depois esfrega, enxágua, torce e pendura (tudo na mão).

- Se não temos água corrente, procuramos uma lavanderia (de preferência daquelas que a gente mesmo faz o serviço) ou alguém que leve a roupa suja e devolva lavada (sempre uma boa forma de ajudar os moradores locais).

           Não costumamos passar a roupa a ferro.

 

 

Se você tem alguma pergunta, dúvida, curiosidade ou discorda de alguma das respostas, mande um e-mail que a gente promete responder (podemos demorar um pouco, mas sempre respondemos). Se mais de uma pessoa fizer a mesma pergunta ela será incluída aqui, já que é uma Pergunta Mais Que Freqüente.