Pé na estrada
Casa de campo

Dobar dan
Regatas

Grécia um país azul
Itália: Mar Adriático
Grécia mar Iônico
Ao mar, novamente com leme
Sem leme e sem documento
Bem vindos ao Aquarela

Amigos de terra, mar e ar

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Bem-vindos ao Aquarela

 
        Diário de 12/2000 até dezembro de 2001

        Dia 19/12/2000 Hoje o Aquarela é oficialmente nosso. E veio de lambuja um bote de apoio, que nem esperávamos. Amanhã o João José e Mateus vão dar uma geral no barco, trocar as adriças, limpeza e outras emergências como bateria, escota, geral nas ferragens e preparar o Aquarela para seu vôo inaugural, quando o levaremos para o Bracuhy, na vela pois, nem motor ele tem. Finalmente faremos nossa mudança!!
        Dia 21/12/2000 Saímos a vela, com um ventinho favorável, às 10h30, muito sol e poucos bordos. No futuro iríamos descobrir que essa foi a única vez que teríamos vento e favorável. Às 14h30 entramos no canal do Bracuhy a vela e com corrente a favor, aportamos no píer do Bravíssimo. No dia seguinte todo mundo veio falar com a gente que tinham nos visto chegar a vela com nosso barquinho "novo". Foram 3 dias de limpeza, o Mateus que veio passar férias e trabalhou sem parar, viramos o barco do avesso. E assim começou a lista dos intermináveis itens e prioridades por arrumar, trocar ou consertar.
        Dia 23/12 O João José foi para BH buscar a vespa vermelha e uma parte dos "trens" que tinham ficado em Minas, o Mateus me ajudou na mudança definitiva para o Aquarela. Mais arrumações e começamos o conserto das velas, costura de telas para mosquitos, bolsas...
        Dia 31/12 - Com tripulação completa, saímos no contra-vento do canal, foram uns 32 bordos, com muita paciência e gritaria,"- olha a lancha, tá raso!", e nessa é claro que raspamos de leve no barro, próximo a margem, uma adernada de 20 graus nos tirou do encalhe, que ninguém viu. Muitos palpites no rumo, decidimos seguir para Itanhagá, tinham alguns veleiros ancorados, depois do almoço começou um som tão alto que nos tirou de lá. Levantamos âncora e rumamos para Piraquara de Dentro, chuva e vento de uns 15 nós que quebrou o burro. Como não tínhamos mais visibilidade, trocamos a vela de proa e seguimos para Cunhambebe. Ótima escolha! Estávamos cansados e jogamos ferro ao anoitecer, e por uns instantes parou de chover organizamos a cabine, um jantar bem quentinho, vizinhos silenciosos, dormimos cedo. Na tarde seguinte voltamos para nosso lugar cativo no canal. Durante todo o verão que estivemos em Angra, recebemos muitas visitas de amigos de Minas. Foi muito divertido. Meus sobrinhos  adoram essa história de barco. Sentíamos no paraíso em Angra, as pessoas que conhecemos por aqui, nos receberam muito calorosamente e praticamente fomos adotados pelos velejadores do Bracuhy. Agradecemos a todas as pessoas que conhecemos e nos ajudaram, e não são poucas. Então foi com um aperto de saudades que marcamos nossa partida.
        Dia 28/05/2001, quando por coincidência completavam 6 meses que tínhamos chegado em Bracuhy soltamos nosso cabo do píer da Marina Bracuhy, fomos para o cantinho do "Caso Sério" nos despedir e buscar coco e banana e de brinde um monte de carrapatos pólvora, fizemos uma parada em Angra para as compras e despedirmos dos amigos de lá. No dia seguinte fomos para o Saco do Céu e depois Abraão conhecer alguns lugares da ilha. Em 6 meses não visitamos nem 10% dos lugares mais indicados pelos amigos, isso já é um bom motivo para voltar para lá um dia. Ficamos na Ilha Grande por 5 dias, conhecemos outros tantos velejadores, e encontramos com o Caso Sério todo reformado, fizemos um super almoço de despedida. No dia seguinte partimos para Palmas, mas como a previsão era de SW , resolvemos seguir para Vitória. Quando chegamos, no que chamei de Triângulo das Bermudas: Farol dos Castelhanos, Ilha da Marambaia e a Baía de Mangaratiba, pegamos uma calmaria de 14 horas. O jeito foi dormir, ler, afinal nossa velocidade era de 0.5 a 1.9 nós. Calculamos que entre 10 a 15 dias, para chegar em Vitória, doce ilusão! Ao amanhecer mais um ventinho e passamos as Ilhas Tijucas, mais calmaria e por 2 dias ficamos nessa de avançar 20 milhas em 24 horas, quando estávamos nas ilhas Maricas no 5º dia de mar, tivemos nosso melhor dia de viagem, vento a favor, velocidade média de 3,5 nós (um recorde), vimos uma baleia brincalhona que ficava pulando e era quase do tamanho do Aquarela, gostamos quando ela se afastou, esses bichos são muito grandes para ficar tão perto. Um tubarão enorme que nos seguiu por 1 hora, sempre com sua barbatana para fora e para fechar o dia apareceram vários golfinhos que nos acompanharam por algumas horas. Depois que eles sumiram o vento rondou, para Leste, forte, as ondas começaram a crescer, e ficamos nesse contra-vento apertado a noite toda. Em 24 horas avançamos 1 milha (1852m) no rumo certo. Na manhã do sétimo dia, resolvemos arribar para Búzios. Jogamos âncora as 15 horas na Praia dos Ossos, ao anoitecer ganhamos de um pescador um peixe espada, que ficou para o café da manhã do dia seguinte, pois estávamos tão cansados, que dormimos cedo. De manhã partimos para Macaé, foram 22 milhas e mais 24h de contra-vento. Fomos muito bem recebidos pelo Iate Clube de Macaé, passamos 15 dias com Fausto e aprendemos muito sobre construção de veleiros. Encontramos com meu irmão matamos as saudades e contamos as novidades. Quando chegou a primeira frente fria, partimos, foram 37 horas de vento a favor.
        Dia 22/06/01- Prendemos nossas amarras às 03h da  madrugada no ICES e dormimos um sono merecido. No dia seguinte encontramos muitos amigos de Vitória e de outros portos. Passamos uma semana muito legal, conhecemos as tripulações dos Veleiros Compinche e Áquila III de SP. Fomos para Beagá, buscar o resto da mudança, era "trem que não acabava mais", Mateus e meus sobrinhos, vieram passar férias com a gente. Ficamos ainda 40 dias trabalhando para aumentar nosso caixa que já estava bem baixo. Uma surpresa! Encontramos o Zurawell, do Caso Sério, e foi uma semana de festa. "Ganhamos " emprestado, o leme de vento do "Caso Sério". Com o Aquarela quase em ordem, zarpamos numa frente fria.
        Dia 08/09/01 rumo a Salvador. Com o leme de vento, foi a melhor perna que fizemos, foram 10 dias e  mais de 500 milhas, vimos muitas baleias em Abrolhos, tivemos vento a favor e contra. Foi uma grande viagem, mais fácil, e tranqüila, estávamos encantados com o leme de vento, sobrou tempo e disposição para fazermos muitas coisas durante a viagem, colocamos a leitura em dia, fiz pão, bolo, essa travessia foi um luxo. Numa calmaria de 6 horas, boiando entre Camamu e Morro de São Paulo tivemos a visita de 2 tubarões enormes que ficaram rondando o Aquarela por horas, parecia filme...Tantantantan... uma sensação ao mesmo tempo fascinante e desagradável, pois estava muito quente e toda aquela água azul sem podermos entrar. Para variar chegamos em Salvador de madrugada, no dia do aniversário do Mateus. Atracamos vizinho do "Mar sem Fim", no Centro Náutico da Bahia.  Tivemos muita sorte, pois a noite entrou uma frente fria que durou uma semana e fez alguns estragos. A estadia no CENAB, foi de chuva o tempo todo e mar muito mexido. O Aquarela estava um caos. Nos mudamos para a Ribeira, no Angra dos Veleiros, fomos muito bem recebidos. Passamos 3 dias de faxina e organização do barco.  Arrumamos trabalho temporário por aqui e decidimos ficar o verão todo na baía de Todos os Santos, nas férias o Mateus virá de férias para conhecer Salvador e velejar com a gente.
Muito obrigado a todos que até agora nos ajudaram de alguma forma chegarmos até essa fase da nossa viagem.

Bons ventos da Tripulação do Aquarela.
 

 

 

Saída para Ilha Grande, maio de 2001

 


Iate Clube de Macaé, preparação para ida à Vitória, junho de 2001.

 

Saída de Macaé, junho/2001.

 

Festa na chegada à Salvador, no veleiro Big Lit, 17/09/01.

 

Aquarela no muro de Itaparica, antes da pintura de fundo

 

Muro de Itaparica/BA, verão de 2002,  pintura de fundo.

 

Canal de Itaparica, dez/2001.