Pé na estrada
Casa de campo

Dobar dan
Regatas

Grécia um país azul
Itália: Mar Adriático
Grécia mar Iônico
Ao mar, novamente com leme
Sem leme e sem documento
Bem vindos ao Aquarela

Amigos de terra, mar e ar

 

Um povo um idioma uma cor um país: Grécia

 

Canal da Gaios, Ilha de Paxos, Grécia agosto de 2004 Iasú (Oi)

 

Cada viagem é uma experiência nova. Não simplesmente pela mudança de lugar mas porque não se vê um mesmo lugar duas vezes com os mesmos olhos. A Grécia para mim, esse ano, foi uma experiência única.
Desde muito jovem tive interesse por esse país, sua mitologia, sua história. E, agora, estando lá pela segunda vez, quase me senti em casa, a vontade. Procurei aprender alguma coisa básica do grego e comecei estudar o idioma. Nos dois primeiros dias não entendia muito, mas como acontece quando se é criança em fase de alfabetização, deu um estalo e agora já leio grego (mas não entendo nada). Fiquei tão feliz que empolguei com a língua grega e toda hora que tinha uma folga estudava. Assim fui aumentando meu vocabulário, e como diz uma amiga minha, falei sem vergonha de errar que é assim que se aprende a comunicar.
E com essa atitude consegui conhecer pessoas que trabalhavam no comércio e que eu tinha contato constante. Aqui eles falam um inglês precário, e italiano em alguns lugares. Eu sempre falava que era do Brasil e recebia um sorriso sincero em retribuição; incrível como eles gostam do Brasil.
Tive duas experiências marcantes: em uma delas eu estava na ilha de Kálamo, esperando na fila do telefone público e um garoto americano e um senhor grego estavam tentando em vão se entender. Me pediram pra ajudar a esclarecer o que os dois falavam (em inglês). Queriam saber de onde eram e essas coisas que se diz quando se é turista, depois me perguntaram de onde eu era. Quando  disse Brasil foi uma chuva de perguntas ( juro que não é folclore, me perguntaram até do Pelé).
Depois o senhor começou a falar as poucas palavras que ele lembrava em português, e me contou emocionado meio em italiano meio em inglês, que tinha estado no Brasil há 40 anos por 6 vezes e  disse a tal palavra em português que quer dizer tudo: saudades!
Ele me puxou de lado pois sua esposa estava no telefone, e me contou que tinha deixado o melhor da vida dele no Brasil, e com lágrimas nos olhos beijou minha mão e me deu seu amuleto, um pequeno cordão de contas que eles dizem que é anti-stress, um passatempo.
Não tive como recusar; agradeci  efikasristo (obrigada em grego) e perguntei porque  não voltava ao Brasil de férias um dia e ele me respondeu magari (quem dera, se eu pudesse). Não sei seu nome, e estive em Nísos Kálamo por 10 horas. Nos folhetos turísticos dizem que é uma reserva florestal e a chamam de ilha do amor. Naquela noite, conversando fiado, fiz alguém se recordar que está vivo, que o que vivemos é o que vale a pena, nosso tesouro são as lembranças. Fui embora sem conseguir falar ao telefone com o Brasil, e também com saudades.
Na semana seguinte em Fiskárdho, fazendo compras perguntei para um velhinho alguma coisa e deixei escapar algum comentário em português. Dessa vez foi ainda mais emocionante: ele reconheceu o português e me fez um monte de perguntas, como era morar no Brasil hoje, depois me confidenciou que tinha vindo ao Brasil em 1954,  quando nem eu estava por lá. Conversamos por uma meia hora ele me contou sobre sua vida de marinheiro, falei que também era marinheira. Antes de me despedir ele me ensinou o cumprimento dos marinheiros gregos; a Grécia é realmente um lugar mágico, lindo, com um povo muito especial.

 

Kaló Taksídhi (Boa viagem)

Gouviá, ilha Kerkira, Grécia/ agosto 2004

Antipaxos, Grécia agosto 2004

Ilha da Kálamos, reserva ecológica, Grécia agosto 2004 

Ilha de Atoko, Grécia agosto 2004

Cidade de Corfu, Ilha Kerkira, GR

Farol de Fiskárdho, ilha de Kefallínia, Grécia, agosto de 2004

Lua Cheia/ agosto 2004  Corfu, Grécia

Caverna em Sívota, Grécia, agosto de 2004